Em
razão da atribuição de aulas aos candidatos que utilizaram de certificados com
indícios de falsidade, a denunciante ingressou com a ação n.º 1000486-33.2020.8.11.0018,
requisitando a suspensão da atribuição de aulas de todos os candidatos que
apresentaram certificados expedidos pela Universidade Brasil, no PSS e
PAS/2020, sob investigação e forte suspeita de fraude.
Na
ocasião, o Juiz Titular da Primeira Vara Cível da Comarca de Juara, Juliano Hermont
Hermes da Silva, deferiu a liminar pleiteada e determinou a imediata suspensão
e/ou revogação da atribuição de aulas de todos os candidatos que apresentaram
certificados expedidos pela Universidade Brasil no PSS e PAS/2020 para as
Escolas Estaduais do Município de Juara, com nova atribuição das respectivas
aulas aos candidatos remanescentes, dentre outras medidas.
A
decisão judicial foi cumprida pela SEDUC, que revogou a atribuição de aulas e
elaborou nova listagem, excluindo os professores que utilizaram de certificados
com indícios de irregularidade.
Ao analisar toda a
questão em sentença, o Magistrado afirma que “de acordo com a suspeita, a parte que ingressou com a presente ação
agiu de forma correta respeitando os princípios da moralidade e publicidade ao
ingressar com a presente ação, conforme dispõe o artigo 37, da CF” e ao
final julga PROCEDENTES os pedidos contidos na inicial, confirmando a liminar
deferida. Intimadas as partes, nenhuma apresentou recurso e a sentença
transitou em julgado em 15/06/2021.
Procurado
pelo Blog Politizada o advogado Fernando Munhoz, que representa a professora
que se sentiu lesada em seus direitos explicou o que significa a decisão do
juiz sobre o caso: “a sentença reconheceu
como verdadeiros todos os pedidos da autora, anulando a atribuição de aulas dos
candidatos sob suspeita de utilização de certificados irregulares. Foi
reconhecido ainda que seria impossível os candidatos terem realizado os
supostos cursos, tendo em vista que as aulas foram ministradas presencialmente
em Cuiabá, nas mesmas datas em que a maioria dos candidatos estavam em sala de
aula no Município de Juara, conforme diários de classe apresentados pela SEDUC.
Ou seja, não seria possível que os professores estivessem no Município de Juara
lecionando e realizando cursos na capital Cuiabá ao mesmo tempo. Ao realizar
consulta no site da Universidade Brasil não é possível localizar nenhum
certificado expedido em nome dos candidatos, outro fato que comprova a
irregularidade dos certificados e foi reconhecido em sentença. Vale ainda
destacar que a Universidade responsável por expedir os certificados, mesmo
devidamente intimada no processo, não se manifestou quanto a nenhum dos fatos.
Enfim, são várias as provas juntadas no processo que demonstram as
irregularidades dos certificados de curso de extensão, incluindo print’s de
tela onde são oferecidos certificados ao custo de R$ 1,00 a hora aula. De forma
muito acertada e com base em todas as provas foi reconhecida a irregularidade
dos certificados.
Questionado ainda sobre o transito em julgado, esclareceu que “o transito em julgado significa que a sentença se tornou definitiva e, via de regra, não cabem mais recursos sobre a questão”.
Para o processo seletivo do
ano de 2021 uma nova denuncia foi feita, dessa vez com a participação de outros
professores, que se inscreveram no processo seletivo, representados pelo mesmo
advogado, considerando que novamente ocorreram infrações ao Edital de Seleção
n.º 007/2020/GC/SEDUC/MT.
Quanto ao processo seletivo do ano de 2021 e o pedido dos professores que fizeram nova denúncia, o advogado Fernando Munhoz esclarece que: “quanto ao PSS/2021 foi protocolada nova ação, requerendo a suspensão/revogação de atribuição de aulas a todos os candidatos que apresentaram certificados expedidos pela Universidade Brasil no PSS/2020, por entender que os mesmos se enquadram nas vedações previstas no edital n.º 007/2020/GC/SEDUC/MT, itens 5.5, ‘a’, ‘b’, ‘c’, ‘d’ e 13.1, ‘d’, ‘e’, f; pesando ainda contra os candidatos a sentença transitada em julgado, prolatada nos autos 1000486-33.2020.8.11.0018”.
Vale lembrar que uma vereadora de Juara, a mesma que fez ataques ao Sindicato dos Servidores Públicos da cidade há poucos dias, postou em suas redes sociais em 27/01/2021 que foi até a SEDUC “buscar informações” sobre a atribuição de aulas, devido a alguns professores que apresentaram certificados considerados falsos não poderem atribuir aulas.
Em relação à atribuição de
aulas para o ano letivo de 2022 a Secretaria de Estado de Educação informou que
haverá mudanças no processo e, entre essas mudanças, estaria a aplicação de uma
prova ao invés de contagem de pontos usando certificados. Já não era sem tempo!
Essa vereadora foi defender quem comprou certificado. deveria lutar pela classe já que é professora mas ficou do lado de quem comprou sabendo que era falso, sem fazer curso. vergonha para os professores que se dedicam de verdade
ResponderExcluirEu fiquei sem trabalhar por causa dessas pessoas que compraram certificados falsos. É fácil conseguir aula assim. E essa vereadora devia ter vergonha de ir interceder ou pedir qualquer informação pra ajudar quem comprou.
ResponderExcluirNão fico surpreso com isso pois infelizmente faz tempo que isso acontece em Juara. Não teve punição pra quem comprou e pra vendeu? Tinha funcionário de escola vendendo esses certificados
ResponderExcluirEssa vereadora invés de lutar pela classe dos servidores só fais tirar direito a anos que os representantes luta pela CLASSE.
ResponderExcluirA vereadora postou sobre isso como se fosse uma grande conquista ir atrás de ajudar quem comprou certificados
ResponderExcluirParabéns professora Adeliane por ter a coragem de denunciar e também de escrever sempre sobre assuntos tão relevantes mesmo com toda perseguição que sabemos que a senhora tem contra si. Tenho muito orgulho de ter sido sua aluna e sou grata por seus ensinamentos.
ResponderExcluirE como vai ficar quem comprou esses certificados? Não tiveram penalidade?
ResponderExcluir🥳🥳🥳SEM COMENTARIO😷😌
ResponderExcluirE a assessoria pedagógica não fez nada? Não sabiam que esses certificados eram comprados? Isso acontece em Juara pq se fazem de cegos.
ResponderExcluirUma vergonha para a classe dos profissionais da educação
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